Imagine que você chega em uma festa com muitas pessoas. Cada uma se comporta de uma forma, mas é bem possível que você identifique basicamente dois grupos: o dos introvertidos e o dos extrovertidos.

É muito fácil reconhecer cada um. Os extrovertidos estão sempre falando, gesticulando e andando de um lado para o outro. Já os introvertidos preferem ficar em pequenos grupos, falam baixo e quase não são notados.

O que esses dois grupos têm de diferente, na verdade é uma característica chamada de temperamento.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional, temperamento é “um aspecto da personalidade que aponta as particularidades do comportamento. Trata-se de um conjunto de tendências que têm relação com a forma de ver o mundo, os interesses, as habilidades e os valores mais evidentes de um indivíduo”.

É importante destacar que temperamento não é destino e pode ser mudado! Se você desejar conhecer seu temperamento uma dica é acessar http://educamais.com e fazer o teste. 

Mas de onde vem nosso comportamento? Parte dele é herdado: temos reações habituais que trazemos como herança genética como, por exemplo, uma tendência para timidez, ousadia, otimismo ou melancolia. Esses comportamentos, que se iniciam na terna infância, tornam-se condicionados e nos acompanham ao longo da vida.

De acordo com o Daniel Goleman, especialista em ciências comportamentais, crianças muito sensíveis e medrosas tornam-se adultos tímidos e medrosos. Segundo ele, crianças que relutam em comer algo novo ou em se aproximar de animais e que são tímidas na presença de estranhos, tendem a sentir culpa e autorrecriminação.

O autor explica ainda que essas crianças que ficam paralisadas no contato social evitando contados e exposições, desenvolvem medos imaginários como: medo de a casa pegar fogo, de mergulhar em uma piscina funda ou de ficarem sozinhas no escuro. Elas exigem mais de si próprias e têm uma relativa tendência à solidão.

Já as crianças mais ousadas e extrovertidas, nos explica Goleman, são mais descontraídas, falam mais e têm um tom confiante e amistoso.

A diferença entre um temperamento tímido e um ousado está possivelmente, nos informam os cientistas, na parte neural no cérebro.

Os tímidos e medrosos nascem com uma neuroquímica que torna esse circuito facilmente estimulado, e por isso evitam o desconhecido, recusam a incerteza e são ansiosos.

Já os extrovertidos têm o sistema nervoso calibrado com um limiar muito mais alto, fazendo com que não se assustem com facilidade. Por isso são mais abertos, ávidos por explorar novos lugares e conhecer novas pessoas.

Este processo ocorre na amígdala cortical, momento no qual as emoções tomam conta de nós.

Nessa hora (em que esse sequestro emocional está acontecendo) é preciso buscar o equilíbrio para assumir o controle e fazer escolhas assertivas.

Importante destacar que, em momentos como estes, podemos entrar em um ataque de ansiedade ou uma crise de pânico, com sintomas como palpitações cardíacas, respiração curta, sensação de sufocamento acompanhado de uma sensação de que algo horrível vai acontecer, como enlouquecer ou morrer.

Olhar para nossos sentimentos, nossos pensamentos e atitudes vão nos ajudar no processo de autoconhecimento e evolução. Nossas emoções são o sinal amarelo do semáforo que nos fazem ficar alerta para o que está acontecendo aqui e agora.

Claudia Pinheiro
Fonte: Goleman, Daniel – Inteligência Emocional